quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Pais educam, escola ensina... e a TV faz o quê?

Ontem estava conversando com uma ex-professora minha via Facebook, e um dos temas abordados na conversa foi qual o papel da educação que a escola dá aos estudantes e que os pais dão aos seus filhos. Já não é de hoje que aquela tão famosa frase "Pais educam e escola ensina" é dita por professores, gestores e funcionários de unidades escolares.

Refletindo sobre isso esta noite, resolvi colocar um pouco mais de lenha nessa fogueira e falar sobre a influência da TV sobre essas crianças hoje em dia.

Pais educam, escolas ensinam: apregoa um velho provérbio. De fato, é um erro atribuir à escola a total responsabilidade pelo desempenho escolar das crianças. Pesquisas em todo mundo mostram que o envolvimento da família na vida escolar dos filhos é vital para o desenvolvimento deles. A parceria pais + professores é considerada tão importante que governos pelo mundo investem em medidas para incentivar a presença dos pais na rotina da escola. Em Nova York (Estados Unidos), onde  medidas fizeram com que a cidade fosse considerada um dos sistemas com trajetória de forte melhoria no mundo, segundo um relatório da consultoria Mckinsey, de 2008, existem políticas públicas específicas para estimular a participação dos pais.

Uma das principais iniciativas tomadas pela prefeitura foi a de criar a posição de coordenador de pais para cada uma das escolas públicas da cidade. Esse profissional trabalha como mediador entre a escola e a família: acolhe os pais, tira dúvidas e ajuda quem não pode participar de reuniões da Associação de Pais e Mestres. No Brasil, o MEC, secretárias estaduais e municipais começam a se engajar nessa luta para envolver a família. As escolas brasileiras mais bem colocadas no Ideb (índice de desenvolvimento da educação básica) também têm estratégias para atrair os pais para dentro da escola. 


Agora não adianta nada, os país participarem ativamente do cotidiano educacional de seu filho se continuam os colocando para assistir certos programas na TV (Em especial os globais). Bem diziam os Titãs, grupo de rock nacional, quando cantavam que “a televisão me deixou burro demais”. A verdade é que, ao pé da letra dessa música, a televisão coloca-nos dentro de jaulas, como animais. Assim, paralisa o desenvolvimento de pensamentos críticos e avaliativos que se desenvolvem em outras formas de diversão, além de influenciar crianças e adolescentes com cenas de violência, maldade, psicopatia e sexo explícito a todo o momento e sem qualquer responsabilidade.
Jogam para dentro de nossas casas, todos os dias, centenas de cenas que se passam dentro de escolas, como no programa global malhação, onde jovens dão um show de psicopatias, criando formas maquiavélicas de prejudicar seus colegas de turma, seja por inveja, ciúmes ou porque tem mesmo má índole.
Já as crianças pequenas, ao se levantarem da cama ligam direto seus aparelhos para passarem horas assistindo aqueles programinhas tolos, com apresentadores infantis ou alguns adultos que já deveriam ter saído do ramo. Em alguns momentos chegam a colocar seus apresentadores para saborearem guloseimas, a fim de propagar o produto, mas desrespeitando a criança, esquecendo que a maioria da população que está como telespectador não possui meios econômicos para consumir o produto. Além disso, sem contar com as novelas reprisadas no horário da tarde, ou mesmo as noturnas, que sabemos que grande parte das crianças tem acesso, trazendo cenas pesadas de violência e sexo. Não podemos nos esquecer dos telejornais, que também ocupam grande parte de nosso tempo com cenas de morte, tragédias e violência.
Enquanto pais e educadores devemos direcionar mais aquilo que entra em nossos lares através dos canais televisivos e que nossos filhos assistem mesmo sem grande interesse, não assistindo a esses programas como forma de protesto aos mesmos, mudando de canal, fazendo com que as emissoras percam grande parte de sua audiência. Afinal, crianças e jovens que crescem participando desse mundo de promiscuidade e agressividade tendem a seguir tais caminhos, no futuro, por achar que são atitudes comuns.
Não adianta somente jogar a culpa naqueles que são os donos de tais programações, nem reclamar porque não existe mais a censura, mas sim usar nossa autoridade enquanto pais e criar dentro de casa nossa própria censura, mostrando aos nossos filhos o que vai de encontro ou não com os valores que acreditamos fazerem parte de nossa educação.

Esse post eu dedico a professora Elvira Rosa, que lecionou as disciplinas de inglês e português para mim durante alguns anos em que estudei na E. E Coronel Ary Gomes.

Um comentário:

  1. Parabéns Thiago!!! Sempre gostei dos seus textos. Você sempre foi um aluno dedicado e isso para um professor é realmente muito estimulante. Eu também adoro escrever.
    Você está no caminho certo e pode ter certeza: Este assunto vai incomodar quem está no comodismo e só apontando o dedo, atribuindo suas próprias incompetências aos professores.
    Você pesquisou, divulgou dados, se embasou no assunto. É por ai mesmo. Quando você souber de coisas boas que acontecem na escola, divulgue para que a comunidade volte a acreditar na escola, nos profissionais e se tornem realmente parceiros da educação.
    A escola Ary Gomes com o Tião e sua equipe faz coisas maravilhosas e tem postado no facebook. A escola João Alvares, tem lá a Denise e sua equipe que faz um trabalho belíssimo, com desfiles etc. A Escola Dona Belinha trabalha muito na formação dos alunos e eles amam aquela escola. Ficam 9h00 lá dentro pois é Escola de período integral, no final do expediente eles ainda ficam fazendo hora, querendo ficar mais... nunca vi gostar tanto... eles ficam como se estivessem na casa deles.... Os trabalhos da Escola Dona Belinha, não estão divulgados em facebook ainda, mas a minoria de pais que se interessam, já tiveram a oportunidade de acompanhar muitos eventos que já foram feitos ali.
    POR ISSO QUE DIGO: "QUEM VIVENCIA UM AMBIENTE ESCOLAR TEM MUITO O QUE CONTAR... "

    E como tem!!!!!!

    Um grande abraço
    e...... continue

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